As mudanças repetina de clima são consideradas grandes vilãs das alergias respiratórias. Com a chegada das frentes frias e do Outono (de março a junho), uma das estações prediletas dos ácaros, as crises de rinite e asma podem se tornar ainda mais frequentes em casa se o alérgico não tomar alguns cuidados. A queda brusca de temperatura e o consequente aumento da umidade nos ambientes internos do imóvel são capazes de provocar espirros, corizas, coceiras na garganta e insuficiência respiratória.
De todos os ambientes da casa, o quarto, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia do Rio de Janeiro (Asbai – RJ), é o que merece maior atenção dos que sofrem de problemas respiratórios. Como o quarto é o ambiente em que as pessoas passam em média oito horas ao dia, tempo de sono, é preciso ter um cuidado especial em cobrir a cama e travesseiros com capas impermeáveis, que podem ser de TNT ou Poliruetano.
Além das capas impermeáveis, que custam em torno de R$ 100 em camas para casal, a entidade indica como alternativa temporária e mais econômica de controle de ácaros o uso de plásticos para cobrir o colchão e papel contato nas paredes. Com a devida proteção, o morador pode adornar o quarto com lençóis e fronhas do material que quiser. A troca da roupa de cama, no entanto, deve ser realizada de dez em dez dias e ser lavada com água quente.
Na hora de buscar formas de dar frescor ao quarto, surge a dúvida entre usar o ventilador ou o ar-condicionado. O primeiro, por acumular poeira nas palhetas, coloca os ácaros em suspensão e os joga no ar, tornando o ar impuro para aspiração. O sistema de refrigeração do ambiente, no entanto, pode ressecar as vias respiratórias. Portanto, este só deve ser usado quando a alergia está sob controle e a ventilação deve ser descartada. Os mais indicados para os alérgicos, segundo profissionais, são os refrigeradores de ar split, devido a facilidade de limpar suas palhetas.
Os desumidificadores também podem ser boas opções para os alérgicos. O preço varia de acordo com a tecnologia escolhida pelo morador e o tamanho do ambiente, podendo variar de R$ 80 a R$ 3.000. Mas em ambientes de muita umidade, nem sempre o seu uso será eficaz. As casas próximas às pedras, por exemplo, como algumas do Jardim Botânico, Cosme Velho e Gávea, no Rio de Janeiro, em Campos do Jordão (SP) e cidades próximas, podem desencadear fortes processos alérgicos no morador por acumularem muita umidade.
Para dar um ar mais saudável para que o morador possa respirar melhor os ambientes da casa precisam estar sempre arejados, com janelas abertas, principalmente no período da manhã. As portas, se possível, devem também ficar abertas. É bom passar um pano úmido nos móveis e no chão apenas com água sempre que puder e procurar mobiliar o quarto do alérgico com móveis que não fiquem colados à parede, como a cama, por exemplo, que acumula poeira. O melhor piso é o frio, de cerâmica ou de rejunte estreito. Quem tem um imóvel de carpete e não tem como tirá-lo, o conselhor é usar o aspirador de pó, sempre tendo o cuidado para não deixar os resíduos escaparem para os ambientes da casa.
Outra artimanha que pode melhorar muita a vida dos afetados pelas crises alérgicas, principalmente as crianças, é o uso de pisos emborrachados. Os produtos de limpeza específicos para os alérgicos também são sempre bem vindos. Em lojas especializadas há sabões, detergentes e desinfetantes que cumprem bem o papel de higienização dos ambientes com sua ação fungicida e antibacteriana. No entanto, os cuidados para se ter uma casa mais agradável aos que sofrem com espirros e corizas diárias não substituem o tratamento com um alergista. Todas essas adaptações e materiais indicados para diminuir o acúmulo de poeira, umidade e ácaros são formas de ajudar a reduzir as crises do alérgico.
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