Nos últimos dias, muitos brasileiros pararam para acompanhar as manifestações tomarem conta das ruas. É normal que o seu filho tenha curiosidade de entender o que está acontecendo
Na noite desta segunda (17), milhares de brasileiros foram às ruas em diversas capitais do país. Quem não conseguiu participar do protesto passou pelo menos alguns minutos grudado na televisão ou na tela do computador para acompanhar o que estava acontecendo. Os jornais só falaram disso. Os amigos se ligaram, se escreveram e trocaram fotos pelas redes sociais. Em situações como essas, é comum que as crianças cheguem para os pais com um ponto de interrogação na cabeça, procurando entender o que está acontecendo.
Nos últimos dias, ouvimos várias histórias. Algumas crianças querem saber por que tanta gente parou a rua, outras questionam se a polícia virou má e, ainda, há aquelas que perguntaram por que tamanha "bagunça" por R$ 0,20. Se você se identificou com esta situação, saiba que é fundamental não transformar esse assunto em tabu na sua casa. Os pais devem, sim, responder aos questionamentos das crianças. É claro que, dependendo da idade, não fará sentido discorrer uma longa conversa sobre democracia e insatisfação com o governo. Mas fique tranquilo: as próprias perguntas do seu filho (sim, deixe-o perguntar primeiro) ajudarão você a saber o quanto precisa explicar.
Segundo a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP), antes de conversar com os filhos sobre os protestos, os pais precisam ter uma opinião sobre eles – ou, pelo menos, ter uma visão ampla dos acontecimentos. “Os pais devem se informar e entender os motivos dessas manifestações. A chance de explicar algo errado se você não estiver informado é grande, e não adianta falar com a criança se não for para transmitir os fatos.”
Nos últimos dias, ouvimos várias histórias. Algumas crianças querem saber por que tanta gente parou a rua, outras questionam se a polícia virou má e, ainda, há aquelas que perguntaram por que tamanha "bagunça" por R$ 0,20. Se você se identificou com esta situação, saiba que é fundamental não transformar esse assunto em tabu na sua casa. Os pais devem, sim, responder aos questionamentos das crianças. É claro que, dependendo da idade, não fará sentido discorrer uma longa conversa sobre democracia e insatisfação com o governo. Mas fique tranquilo: as próprias perguntas do seu filho (sim, deixe-o perguntar primeiro) ajudarão você a saber o quanto precisa explicar.
Segundo a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP), antes de conversar com os filhos sobre os protestos, os pais precisam ter uma opinião sobre eles – ou, pelo menos, ter uma visão ampla dos acontecimentos. “Os pais devem se informar e entender os motivos dessas manifestações. A chance de explicar algo errado se você não estiver informado é grande, e não adianta falar com a criança se não for para transmitir os fatos.”
Não seja radical
Mesmo que sua família não apoie as causas dos manifestantes ou seja contra os protestos, você não deve ficar exaltado na frente das crianças. Sabemos que questões políticas motivam opiniões fortes, mas tente se controlar. Se uma mãe, por exemplo, pega trânsito por causa das vias fechadas e chega para buscá-las na escola muito nervosa, pode passar a impressão de que a manifestação só tem um lado ruim e até assustar as crianças. Por isso, muita calma!
A explicação básica
Cada pai e mãe, de acordo com suas opiniões, vai comentar os protestos de um jeito diferente com seus filhos. Segundo Rita, em linhas gerais, o que as crianças devem saber é que as pessoas têm o direito de se reunir para pedir mudanças – seja para diminuir o preço da passagem ou para melhorar o transporte público como um todo. E que mesmo que essas reuniões nos incomodem quando ficamos presos no trânsito ou atrapalhem outros compromissos, é um direito dos moradores da cidade e podem servir para melhorar a vida de todo mundo em um futuro próximo. Você pode até dizer que as mudanças só podem ser feitas com alguns sacrifícios e dar exemplos mais próximos da realidade dos seus filhos. Uma dica é falar sobre a troca da escola: no começo a adaptação pode não ser tão fácil, mas logo ela estará feliz com os novos colegas e a nova rotina.
O bem e o mal só existem nos contos de fada
Todos nós temos uma tendência a julgar pessoas como boas ou más, certas ou erradas, especialmente em situações como essas. Porém, é importante explicar para as crianças que as pessoas totalmente boas ou totalmente más só existem nas histórias. O policial, porque ele atirou, ou o manifestante, porque colocou fogo no pneu, não são bons ou maus. “Não são as pessoas, são os comportamentos. Ele não é mal, ele fez o mal”, explica Rita. Afinal, quem faz tudo direito sempre, não é mesmo? E quem teve um comportamento inadequado um dia pode agir melhor no outro, e é por isso que estamos sempre tentando melhorar.
Apartamentos na Pompéia em Santos para comprar. Acesse o site da Bela Imóveis.
Entender o outro
De acordo com Rita, é natural que as crianças tenham uma visão de mundo egocêntrica. Ou seja, ela vai ficar muito preocupada com a violência, o trânsito, e o que mais pode afetar o seu dia a dia. O problema é que, se os pais também tiverem essa postura, de só se preocupar com aquilo que os atrapalha, a experiência será ainda pior para seus filhos. Aproveite essas oportunidades para mostrar à criança que há momentos em que precisamos deixar de lado nossos desejos individuais para que os outros exerçam seus direitos, e que nem por isso ela deixará de estar protegida.
E se meus filhos ficarem com medo de sair na rua?
Pode acontecer, principalmente se os pais só reclamarem dos protestos na frente dos filhos, pois as crianças vão associá-los a uma coisa ruim e até mesmo perigosa. Se esse for o caso, explique para as crianças que manifestações têm data e horário marcados para acontecer, que multidões não se reúnem com tanta facilidade e que você está sempre de olho nas notícias para garantir que não passarão por lugares onde há brigas.
Meu filho perguntou por que eu não estou lá
Se a criança questionar, os pais devem dar os reais motivos pelos quais eles não foram às ruas. Argumentos como “para participar precisamos nos organizar com antecedência”, “a mamãe chegou tarde do trabalho” ou “não teríamos com quem deixar você e achamos que o protesto não é lugar de criança” são válidos, se sinceros. Esse também é um bom momento de explicar que, para se manifestar, não é preciso estar na rua. Colocar um lençol branco na janela, por exemplo, é uma das sugestões que está circulando pelas redes sociais.
fonte revistacrescer
Nenhum comentário:
Postar um comentário